A partir de 1º de janeiro de 2026, entram em vigor novas exigências para a emissão de notas fiscais. Essas mudanças fazem parte da Reforma Tributária e trazem duas novas siglas que você precisa conhecer:
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IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) → alíquota-teste de 0,1%
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CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) → alíquota-teste de 0,9%
Mesmo sendo valores pequenos, é obrigatório destacar esses tributos nas notas fiscais.
📌 O que muda na prática
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Suas NF-e (modelo 55) e NFC-e (modelo 65) precisarão ter campos específicos para IBS e CBS.
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Além disso, será necessário informar o CST e o cClassTrib, que servem para enquadrar corretamente cada produto ou serviço. Os mesmos podem ser localizados no seguinte link: https://dfe-portal.svrs.rs.gov.br/Cff/ClassificacaoTributaria
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Ou seja: você vai precisar revisar os cadastros de produtos e ajustar o sistema de emissão de notas.
📌 Tratamentos Especiais
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Cesta básica (alíquota 0%) → IBS e CBS devem ser destacados com alíquota zero, usando CST e cClassTrib específicos.
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Produtos com alíquota reduzida → as alíquotas de teste devem ser ajustadas proporcionalmente, não é só aplicar os 0,1% e 0,9% de forma automática.
⚠️ O que acontece se não se adequar
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Sua empresa pode perder a dispensa do recolhimento e passar a pagar os tributos de imediato. (LC 214/2025, art. 348, §1º)
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Existe risco de bloqueio da emissão de notas fiscais, o que significa não conseguir vender.
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Seu concorrente preparado terá menos custos do que você.
✅ Recomendações Práticas
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Revisar e atualizar cadastros de produtos com o correto enquadramento tributário.
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Adequar sistemas de emissão de NF-e e NFC-e para contemplar IBS, CBS, CST e cClassTrib.
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Treinar as equipes (contábil, fiscal e TI) para o correto preenchimento.
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Realizar testes internos antes do início da obrigatoriedade.
E o Simples Nacional — será cobrado em 01/2026?
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Regra geral: as empresas optantes pelo Simples Nacional não têm obrigação automática de recolher as alíquotas-teste de IBS/CBS em 2026 (a cobrança efetiva e o tratamento diferenciado dependem de normas e da forma de apuração do optante).
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Exceções/observações técnicas: embora não recolham as alíquotas-teste em 2026, as empresas do Simples podem ter que preencher novos campos nos documentos fiscais (ou ao menos adaptar seus sistemas) em cenários específicos — por exemplo, quando houver interação com empresas do regime regular (Lucro Real/Presumido) ou emissão de documentos de ajuste (devolução) exigidos pelo emitente não-Simples.
Reveja seu sistema de emissão (NF-e / NFC-e): mesmo que não vá recolher as alíquotas em 2026, atualize-o para aceitar os novos campos (IBS, CBS, CST, cClassTrib) e teste no ambiente de homologação se disponível.
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Atualize cadastros de produtos/serviços: classifique produtos conforme a nova tabela cClassTrib e CST para evitar erros quando os campos forem exigidos.
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Avalie a opção de regime: Veja a viabilidade de escolher o regime regular só para IBS/CBS (caso isso apresente vantagem operacional/fiscal).
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Simule impactos: teste cenários (ex.: venda para cliente Lucro Real / entrada de nota de fornecedor do regime regular) para verificar se sua empresa precisará preencher campos em 2026.
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Treine equipe e faça testes: TI, fiscal e contabilidade devem realizar testes antes de janeiro/2026 para evitar bloqueios ou não conformidades.
❌ Riscos se não se preparar
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Ainda que o Simples não recolha as alíquotas em 2026, não adaptar sistemas e cadastros pode causar problemas operacionais (erros na emissão, necessidade de notas de ajuste, dificuldades em troca com empresas fora do Simples). Em 2027 a obrigatoriedade de preenchimento poderá ser mais ampla — então a preparação antecipada reduz risco.
🎧 Podcast com o nosso CEO
Para complementar a leitura, recomendamos assistir ao podcast em que o diretor da Acad Contabilidade, Adélio Gonzaga, explica de forma clara e prática os impactos da Reforma Tributária e das novas regras para IBS e CBS. Principais temas tratados: (1) ano-teste de 2026; (2) destaque de IBS e CBS nas notas; (3) o que muda para empresas do Simples Nacional; (4) ajustes necessários em cadastros e sistemas; (5) riscos e recomendações práticas.
▶️ Assista ao podcast: https://youtu.be/RqGSH3dihRA.
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